sábado, 22 de setembro de 2012

BOZO MOSTRA A CARA E   SOLTA O VERBO!
Entrevista ao El País

EP: Por que você,  uma personalidade mundial, resolveu ser candidato em Matinhos?

Bozo: Por que não Matinhos? Matinhos é o mundo em miniatura. A ordem estabelecida não quer mudanças e o discurso dos candidatos da ordem é o mesmo que em qualquer parte do mundo.

EP: Onde foi parar aquela cara sorridente do palhaço? 

Bozo: Não estou pra brincadeiras. Aquela cara era produzida pela mídia pra fazer criança rir e vender propaganda na TV. Depois que me mataram e me tiraram do ar foi que descobri a verdadeira cara da mídia, da política dominante, do sistema... Eu sou o fantasma daquele palhaço explorado, enganado e assassinado. Esse sou eu, gostem ou não gostem.

EP: Fale de suas ideais. Qual o sentido da sua candidatura?

Bozo: É simples: MUDAR. Palavras sem ação são só enganação. Vamos mudar tudo, do piso ao teto.

EP: Quais as mudanças que seu governo pretende fazer no mercado de trabalho?

Bozo: Acabar com ele. Isso mesmo: acabar com o mercado e seu trabalho assalariado. Vamos montar uma grande cooperativa produtiva onde as pessoas vão produzir de acordo com suas possibilidades e retirar os recursos para viver de acordo com suas necessidades.

EP: E na educação?

Bozo: Vamos deixar de formar mão-de-obra pra formar gente, seres humanos de verdade. As crianças, os adolescentes, os jovens passarão a se relacionar com o conhecimento livres da cobiça material. Só assim vamos poder pensar na possibilidade de que o verdadeiro ser humano se desenvolva. Meu primeiro ato de governo será um decreto com aumento para os professores, que passarão a ganhar o mesmo que o prefeito.

EP: Com essas ideias você acha, sinceramente, que tem alguma chance?

Bozo: Antes de tudo é decisivo lembar que um fantasma como eu não tem compromissos espúrios com os donos do poder. Lembrem-se: eu não sou deste mundo. Então eu falo simplesmente a verdade, doa a quem doer... A política dominante não está aí pra mudar nada, mas pra dominar as consciências e manter tudo como está: uns poucos lá em cima e o povão cá em baixo... Pra mim, fazer política é trilhar o caminho da extinção da política, num mundo auto-governável, onde as pessoas gastem suas energias com coisas que valham a pena: amor, prazer, arte, cultura livre, festa... Política é chato pra cacete!

EP: Suas últimas palavras aos eleitores.

Bozo: Eu sou o fantasma do Bozo encarnado no VOTO NULO! Minha vitória é protesto. Anulem o voto, contra a ideia do menos pior e de deixar tudo do jeito que está.